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A vida em ambiente extremo 

Os micro-organismos estão presentes em toda a biosfera, sofrendo ações deletérias, ou sobrevivendo em diferentes condições de viabilidade. A baixa atmosfera constitui-se não só um meio de transporte entre regiões do planeta mas um verdadeiro habitat de sobrevivência, tornando isto um alvo da pesquisa aerobiológica. De um modo geral, os bioaerossóis, ou seja, material de origem ou de significância biológica em suspensão na atmosfera, tem tido importante relevância nos estudos de proliferação de patôgenos, entre outros usos. Bactérias e fungos encontrados em regiões remotas do planeta como a Antártica, ou áreas de difícil acessibilidade (ex.: vulcões ativos e mar abissal), tem despertado grande interesse científico, devido ao seu potencial uso biotecnológico, pois possuem características metabólicas peculiares, grau de resistência e adaptabilidade difíceis de serem simulados em laboratório e por isso são classificados como extremófilos ou seres criptobiontes. O continente antártico, por seu aparente “isolamento continental” e grande altitude média, apresenta características únicas para o estudo da vida microbiana, pois apresenta alta exposição ao UV-B durante a primavera, solos congelados (“permafrost”), grande dinâmica atmosférica e alto gradiente térmico anual. O depósito glacial da Antártica, que teve origem há cerca de 35 milhões de anos, constitui um reservatório de alto grau de preservação dos depósitos atmosféricos, onde material particulado biótico e abiótico e compostos gasosos precipitam-se e são aprisionados ao longo dos séculos. presença de bactérias/fungos no gelo ou neve, inviáveis ou viáveis, capazes de se dividir, reflete tanto o endemismo como a presença de organismos exógenos em relação a região polar, pois bactérias existem por todo o planeta, em virtude dos processos de convecção térmica e advecção das massas de ar.

 

Este estudo investiga a diversidade e a variabilidade temporal de microorganismos no Criosfera 1. Sobre as amostras coletadas (campanha 2014-2015) serão utilizadas técnicas de seqüenciamento de DNA, microscopia, cultivo, citometria de fluxo e plataformas de proteômica. Resultados iniciais mostraram uma contagem de células na ordem de 0,8 a 1,5 X 102 células mL-1 nos 2 primeiros metros da neve coletada no Criosfera 1. As análises de microscopia de epifluorescência indicaram uma diversidade considerável em formas celulares que variam desde células ultra-pequenas com diâmetro de 0,2 μm até células de forma de vareta até 1,3 μm de comprimento. Emanuele Kuhn/Vivian H. Pellizari/Heitor Evangelista/Daniela Koslowsky

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Criolab, anexo subterrâneo do Criosfera onde foram amostradas neve recente e firn. Primeiras análises de microscopia de epifluorescência realizadas no Criosfera 1

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